Quando o presidente Juscelino Kubitschek durante a construção de Brasília viu o espanhol Tarciscio Gonzales descarregando seu caminhão Leyland 6 X 4 e o aconselhou a cortar a carroceria e engatar-lhe uma prancha, estava definida a carreira de um dos mais bem sucedidos transportadores brasileiros.
Recém chegado, Gonzales, natural da região da Galícia, fugia dos horrores da guerra civil espanhola para construir seu futuro no Brasil. Em meados de 1966, recém chegado a Belo Horizonte, Tarciscio percebeu que na capital mineira existiam grandes construtoras, porém com poucas empresas transportando cargas pesadas na região.
Assim, com a ajuda da esposa, Ruth Castro, fundou, em 1966, a empresa Transportes Pesados Minas – ou Transpes Minas. Com apenas dois caminhões e dois motoristas, sendo um deles o próprio Tarciscio, a pequena transportadora começou levando máquinas e equipamentos de construção pela Região Sudeste, principalmente para as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e demais localidades próximas a Belo Horizonte. Naquele tempo, além de trabalhar com cargas especiais, a transportadora também carregava frutas, madeiras e diversos tipos de mercadorias em seus caminhões. Até o final da década de 80, a Transpes direcionou sua atenção basicamente ao mercado regional, sendo a maior parte de seus serviços realizados dentro de Minas Gerais ou para empresas do Estado. Entre seus clientes, já despontavam algumas das principais empresas de construção do país, como Mendes Júnior, Andrade Gutierrez, Cowan, Camargo Correa dentre outras.
Nessa época, o trabalho, a dedicação e a seriedade de Tarciscio Gonzalez já faziam da Transpes uma empresa conhecida e respeitada no mercado e hoje é uma das maiores empresas de transporte de cargas pesadas do país.
Sucesso com a nova geração
Mais de 20 anos haviam se passado desde a fundação. Agora, a transportadora começava a conquistar outros mercados, traçando novos objetivos com a chegada da segunda geração da família Gonzalez à direção da empresa. Seguindo a tradição iniciada por seu pai, os irmãos Sandro, Alfonso e Tarsia Gonzalez ingressaram na equipe da Transpes quando ainda eram adolescentes.
Alfonso, diretor de Logística, conta que ele e seus irmãos conviveram com o mundo do transporte desde cedo e, por isso, hoje dividem a mesma paixão de seu pai. “Quando era criança; eu estava sempre na oficina, brincando de carreta. Voltava para casa todo sujo de graxa”, relembra Alfonso.
Sandro Gonzalez entrou na Transpres dois anos antes de Alfonso e hoje é o presidente da empresa respondendo por toda área comercial. Tarsia Gonzalez é atualmente a diretora administrativa e financeira, e Marcelo Gonzalez é gerente operacional da Transpes.
Acompanhando as mudanças e percebendo o dinamismo do setor de transporte, no início da década de 90, os novos diretores expandiram os roteiros da transportadora para os demais estados do país e passaram a atender também clientes com outros perfis. Esse período foi marcado por uma forte atuação da Transpes no ramo industrial, atendendo desde fabricantes de eletroeletrônicos, como Phillips e Semp Toshiba, até indústrias da área de caldeiraria como a CBC.
Em 1991, a transportadora já operava em quase todo o território nacional e, com a abertura das importações naquele ano, teve a possibilidade de alcançar outros mercados, como o de transporte aéreo e naval. “Identificamos a oportunidade de realizar trajetos internacionais, então elaboramos um projeto de logística integrada e expandimos nossos serviços para todos os países do Mercosul”, conta Alfonso.
Tarciscio Gonzalez fundou uma empresa sólida, baseada em princípios e valores como trabalho, lealdade, relacionamento e fé. “Meu pai é uma pessoa muito honesta e esforçada, sempre trabalhou com dedicação e transparência”, afirma Alfonso.
A Transpres é hoje uma das maiores transportadoras de cargas especiais do Brasil com 500 empresas atendidas no país e mais de um milhão e cem mil toneladas transportadas por ano em mais de 30 milhões de quilômetros percorridos. Sua frota atual é de 750 equipamentos próprios, somados a outros mil agregados. As cargas principais são especiais em peso, dimensões e complicação no manuseio e só podem ser embarcadas em pranchas, na maioria dos casos. São conjuntos industriais, produtos siderúrgicos, movimentação de volumes em áreas portuárias, trânsito aduaneiro e transporte multimodal. A Transpres conta com uma moderna e grandiosa estrutura com postos de armazenagem de carga e 20 filiais estrategicamente distribuídas em todo o Brasil. E para realizar projetos que aos olhos de muitos parece impossível a Transpres utiliza equipamentos de ponta para o içamento, a remoção e movimentação de cargas especiais. Cada detalhe é pensado e detalhado com planejamento e estudo de viabilidade que torna possível transportar o impossível.
Para o presidente da Transpres, Sandro Gonzales, o crescimento da economia brasileira nos últimos anos tem impulsionado o segmento de logística, considerado um dos setores mais importantes para a consolidação do país como potência econômica mundial.
A Transpes tem acompanhado esse movimento e projeta um crescimento de 15% ao ano até 2017. “Parte desse movimento é decorrente da ampliação dos investimentos na área de energia, sobretudo na construção de novas hidrelétricas como Belo Monte e de Parques Eólicos. Com as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), das Olimpíadas de 2016 e a expansão de setores como o de minera- ção, petroquímico e de energia, a estimativa é que o segmento de logística, sobretudo o de transporte de cargas pesadas, se mantenha aquecido nos próximos anos, projeta Sandro Gonzalez”. Hoje, o setor de mineração responde por 40% dos negócios da empresa e o de energia por 20% a 25%. Os demais contratos estão concentrados nos setores automobilísticos e siderúrgicos. Segundo Sandro Gonzalez, o aumento dos investimentos na área de energia, sobretudo na construção de novas usinas hidrelé- tricas, térmicas e eólicas, tem contribuído diretamente para a expansão do segmento de logística. Prova disso é que, hoje, a Transpes participa de 20 contratos para a construção de parques eólicos no país.
Infraestrutura Rodoviária Brasileira
Alfonso Gonzales, diretor de logística diz que enquanto a quantidade de cargas circulando nas rodovias tem crescido a cada dia o volume de investimentos destinado à melhoria das estradas brasileiras continua aquém do necessário. Segundo ele de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a situação das rodovias federais aponta a necessidade de investimentos de mais de R$ 180 bilhões em obras de infraestrutura. “Esses gargalos resultam em perdas de divisas para o país. Em locais de difícil acesso, empreendimentos ficam à espera de cargas que não chegam. Fatos como esses não são incomuns. O estudo de viabilidade logística prévio ajuda a reduzir a recorrência dessas situa- ções, por meio do planejamento de um trajeto mais adequado à passagem do veículo. No entanto, nem sempre é possível evitar determinados trechos e o jeito é se sujeitar às condições da estrada”. A questão da qualidade de nossas rodovias é nosso grande desafio, hoje existe um grande crescimento no Norte e Nordeste do Brasil, porém as estradas não acompanham este crescimento. “No Nordeste brasileiro enfrentamos grandes dificuldades para chegar aos parques eólicos para instalação das torres, que são lugares muito acidentados e sem estrutura. Temos de criar toda uma estrutura para chegarmos às obras com nossos equipamentos. No que diz respeito ao Norte do Brasil ainda é mais complicado porque não tem estrada ou ponto de apoio. Nossos clientes que são responsáveis pela carga muitas vezes são grandes construtoras que providenciam os desvios necessários, refor- ço de pontes e reestruturação de pequenas alças para possibilitarem a passagem dos caminhões com cargas especiais. Às vezes precisamos remover passarelas, viadutos, placas, postes para deslocarmos uma carga especial acima de 150 metros de altura que é o que permite as leis de trânsito no Brasil. O aquecimento da economia brasileira também ajuda a explicar o aumento da circulação, nas rodovias, de veículos especiais, cujas dimensões são maiores do que as convencionais. Em 2011, por exemplo, fizemos transporte de 261 pás de 50 metros cada, para construção de um parque eólico em Santa Catarina. Nessa operação, foi necessário fazer diversos desvios, pois havia vários trechos no caminho que não comportavam a passagem das carretas, sendo necessário contarmos com o apoio das Polícias Rodoviárias Estadual e Federal. E como novas obras devem sair do papel, tudo sinaliza que, nos próximos anos, esse movimento deve ser ainda maior. Por isto elaboramos todo um projeto de viabilidade técnica do transporte para cargas especiais, conclui Alfonso Gonzales”.
Política de gestão de pessoas
Graças à política de gestão de pessoas adotada pela empresa, que inclui a valoriza- ção profissional dos colaboradores e plano de cargos e salários a Transpes acredita e valoriza o poder da inteligência profissional com contínua capacitação de toda a sua equipe. Os motoristas têm um treinamento mensal de 20 a 30 horas. Além da experiência exigida na contratação eles ainda passam por três treinamentos; o primeiro onde ele permanece na empresa por duas semanas conhecendo toda a estrutura da empresa, os processos de qualidade e procedimentos de trabalho. Depois temos os treinamentos específicos da área onde ele atuará e por fim os treinamentos técnicos, como manuten- ção do caminhão e de equipamentos, proporcionando-lhe fazer um reparo rápido se o veículo apresentar defeito. A Transpres ainda realiza campanhas educativas mensais sobre consumo de drogas, álcool, pedofilia, doenças sexualmente transmissível, meio ambiente, coleta seletiva de lixo, investindo continuamente em treinamentos e capacitação de mão de obra. Nossos motoristas realizam cursos periódicos nas concessionárias Volvo e Scania, a fim de garantir o uso e conservação dos veículos.
Sustentabilidade
A Transpres se preocupa com o futuro e acredita que para ser mais é preciso ser sustentável encontrando caminhos para crescer, respeitando o meio ambiente. Em sua sede na cidade de Betim, Minas Gerias, ocupando 70 mil m², todo o projeto é sustentável. Os galpões foram construídos para utilizarem o mínimo de luz elétrica utilizando a luz ambiente em prédios amplos e bem ventilados. Toda a água é reutilizada para lavagem dos veículos passando por uma estação de tratamento em um espelho d’água e sendo utilizada também na irrigação das plantas do jardim. Fazemos um ciclo completo de reutilização da água mantendo nosso compromisso de sermos uma empresa sustentável.
Respeito que a Transpres também têm pela cultura, uma companhia que fez história em seus 50 anos transportando cargas especiais, leva com orgulho a emoção e o conhecimento, além de atuar como patrocinadora de eventos culturais abrindo as cortinas de seu caminhão baú e transportando espetáculos culturais aos quatro cantos do Brasil.
Pode crescer Brasil, estamos prontos.
AT A GLANCE
WHO: Netzsch Pumps North America LLC
WHAT: A wholly-owned subsidiary of the Netzsch Group; manufacturer of pumps
WHERE: Exton, Pennsylvania
WEBSITE: www.pumps.netzsch.com/us